
Explorando imagens de uma Europa intercultural: uma abordagem...
Noversa, D. & Ribeiro, R. (2024). Exploring images of an intercultural Europe: a semantic approach...
0Nota de abertura Reparar n(o) Irreparável
«No mundo progressivamente mais estilhaçado em que vivemos torna-se tambémcada vez mais difícil pensar em reparação. Às guerras que ocupam pouco espaçona visualidade ocidental, juntaram-se nos últimos anos outras que, pelo contrário,capturam a nossa atenção. À escala global, a expressão violenta e indisfarçadado colonialismo na atualidade faz com que conceitos como o de “colonialidade”(do saber, do ser ou do poder) nos pareçam eufemismos para descrever umarealidade que nunca deixou de ser colonial. Ou, ainda, que as teorias decoloniais nascidas e fomentadas dentro da academia pareçam sintéticas e insuficientesperante o fim do mundo como conhecemos.
Paradoxalmente, a ubiquidade de projetos, propostas e acontecimentos atreladosà palavra “reparação” tem atingido proporções inimagináveis ainda há poucosanos, quando começámos a pensar em contribuir para esta discussão no espaçopúblico português e lusófono. Sem surpresas, uma fatia substancial destasiniciativas será oportunista, ou meramente mediática, funcionando numa mesmalógica extrativista. Contudo, é impossível não assinalar a mudança discursivaque ocorreu, em poucos anos, nas esferas pública e governamental portuguesas.»
Referência:
Pereira, A. C., Correia Borges, G., & Lança, M. (2024). Nota de Abertura: Reparar (n)o Irreparável. Vista, (13), e024010. https://doi.org/10.21814/vista.5813
Reparar a Comunicação. Despatriarcalizar, Descolonizar e Ecologizar a Cultura Mediática.
«Comunicación Radical. Despatriarcalizar, Decolonizar y Ecologizar la Cultura Mediática (Comunicação Radical. Despatriarcalizar, Descolonizar e Ecologizara Cultura Mediática; 2022), de Manuel Chaparro Escudero e Susana de Andrés del Campo oferece-nos uma abordagem feminista, decolonial e ecologista da comunicação, fundada num imperativo ético, que visa a construção de sociedades mais justas e pluridiversas. Esta obra consolida diversas linhas de investigação transdisciplinar e propõe uma mudança de paradigma nas ciências da comunicação: uma proposta disruptiva ou insurgente para “reencantar” a comunicação, como sistema simbólico, político e económico, interligando várias“chaves regeneradoras” que substituam a cultura mediática dominante, baseada na “hiperconexão que desconecta”, em que o sofrimento dos outros é convertido em espetáculo incessante e “algoritmos de ódio” capturam a atenção e fomentam a “desmemória”.»
Referência:
Cabecinhas, R. (2024). Reparar a Comunicação. Despatriarcalizar, Descolonizar e Ecologizar a Cultura Mediática. Vista, (13), e024009. https://doi.org/10.21814/vista.5597