Existir e Resistir na Sociedade Contemporânea. Contributos para o debate sobre comunicação e cultura

30 de Junho, 2025 | Chisoka Simões | Publicação

Existir e resistir na sociedade contemporânea: Contributos para o debate sobre comunicação e cultura.

[Excerto] Da arte ativista ao jornalismo independente, da ocupação dos espaços urbanos às expressões culturais das periferias, a resistência manifesta-se de múltiplas formas, interpelando os sistemas de dominação vigentes. À medida que as estruturas de poder se reinventam, emergem também novas formas de resistência. Olhamos o conceito de resistência como processo, que desafia as estruturas de poder em diversos contextos nacionais. Sob uma diversidade de abordagens, esta obra propõe o debate das práticas culturais interpretadas como críticas, contra-hegemónicas, práticas contínuas de trabalho no domínio cultural, que configuram, todavia, novas possibilidades do humano. A sociedade contemporânea apresenta um panorama de complexidade acentuada, marcado por uma instabilidade profunda e por divisões sociais e culturais, onde as incertezas permeiam tanto as relações individuais como as comunitárias. No plano sociopolítico, vários povos encontram-se ameaçados de desaparecimento, em resultado de processos violentos de expulsão, guerras, novas formas de colonização, marginalização e negação do reconhecimento do outro. […]

Referência: Macedo, I., Oliveira, T., & Martins, M. de L. (2024). Existir e resistir na sociedade contemporânea: Contributos para o debate sobre comunicação e cultura. Húmus. https://hdl.handle.net/1822/96223

Migrações, media, ativismos mnemónicos e lutas antirracismo

Resumo: As narrativas mediáticas sobre migração contribuem amiúde para reforçar fronteiras entre “nós” e os “outros”, baseando-se no uso de linguagem específica que muitas vezes silencia e desumaniza as pessoas migrantes, reificando, implícita ou explicitamente, hierarquias raciais forjadas durante o colonialismo europeu. A descolonização da esfera pública constitui um processo complexo, multifacetado e sensível, com múltiplos impactos sociais. Neste texto, iremos discutir alguns dos conceitos que fundamentam um projeto de pesquisa-ação em curso que assume dois desafios principais. Por um lado, contribuir para uma maior visibilidade e reconhecimento das pessoas que ocupam um lugar de alteridade no contexto português, enquanto agentes ativos na transformação social e na construção de futuros mais justos e inclusivos. Por outro lado, promover a descolonização dos estudos da comunicação, do jornalismo e dos media em geral e potenciar relações construtivas entre os diversos agentes que intervêm nestes processos (jornalistas, cineastas, artistas, ativistas, etc.), o que exige um esforço de reflexão crítica sobre as migrações, os media e os ativismos. A partir de uma perspetiva situada e interseccional, considerando a complexidade das dinâmicas socioculturais nas sociedades contemporâneas, pretendemos contribuir para interrogar modos de pensar, sentir e agir sobre nós e sobre o mundo.

Referência: Cabecinhas, R. (2024). Migrações, media, ativismos mnemónicos e lutas antirracismo. In I. Macedo, T. Oliveira, & M. de L. Martins (Orgs.), Existir e resistir na sociedade contemporânea: Contributos para o debate sobre comunicação e cultura (pp. 31–50). Húmus. https://hdl.handle.net/1822/96223

https://hdl.handle.net/1822/96223