Chamada de trabalhos: Zanzalá – Revista Brasileira de Estudos sobre Gêneros Cinematográficos e Audiovisuais

7 de Março, 2024 | Chisoka Simões | Notícia

Chamada de trabalhos: Zanzalá – Revista Brasileira de Estudos sobre Gêneros Cinematográficos e Audiovisuais

Tópico: Lembrar e esquecer: estórias plurais e o documentário contemporâneo

Editoras

Michelle Sales (UFRJ / Unicamp)

Ana Cristina Pereira (CECS – Universidade do Minho)

Isabel Macedo (CECS – Universidade do Minho)

Sheila Khan (ECSH – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)

As lembranças são “pequenas ilhas num mar de esquecimento”. (Erll, 2011, p. 7)

No processamento da nossa experiência da realidade, o esquecimento é a regra e a lembrança a exceção. O cinema contemporâneo tem tido uma relação estreita com a história, convidando o público a relembrar acontecimentos passados e a questionar os processos pelos quais nos representamos e ao mundo. O cineasta tem a possibilidade de traduzir experiências não registadas e não-documentadas em imagens e desencadear memórias, associações e emoções necessárias para a reescrita da história. O documentário, em particular, pode convidar o público a participar na construção da recordação histórica coletiva, instigando-o a pensar sobre o seu lugar nos significados dos filmes e sobre a sua responsabilidade para com o passado e as interpretações que dele fazemos. Muitos filmes têm contestado os significados que a história produziu, desconstruindo-os e abrindo espaço para uma diversidade de histórias. Filmes que destacam a fragilidade das construções identitárias, que exploram as lacunas e silêncios da memória, que levantam questões fundamentais sobre como as diferentes gerações compreendem eventos históricos traumáticos e as suas relações com eles. É esse processo que queremos analisar, procurando compreender e discutir que documentários sobre a história e o momento atual têm sido produzidos e visualizados, o que lembramos, o que esquecemos e que questionamentos essas imagens suscitam. A poética deste esquecer e lembrar passa, necessariamente, por uma visão que não se encolhe perante as heranças coloniais estagnadas pelos preconceitos e estereótipos e, que, compreende bem que o presente terá de ser consciente, portador de uma clarividência histórica que lhe permita ampliar novas avenidas de pensamento e desafiantes diálogos.

Mais informações: Lembrar e esquecer: estórias plurais e o documentário contemporâneo