
Seminário de Comunicação e Diversidade: Potencialidades e Limites...
Seminário Comunicação e Diversidade: Potencialidades e Limites de Análise Textual com Recurso a Inteligência Artificial....
0Dias 7 e 8 de julho, às 21h30, estreou “Alguém me Escuta? – Oficina de Reparações”, objeto que é o resultado da residência artística que teve lugar entre os dias 25 de Junho e 6 de Julho do corrente, no teatro mala voadora, no Porto, e que sucedeu ao IV Encontro de Cultura Visual: Reparações, que lhe serviu de alimento teórico.
Ambas as atividades tiveram o apoio e parceria do projeto MigraMediaActs, com alguns membros da equipa envolvidos na organização, comunicações e artivisms gathering.
Pessoas que participaram da residência artística. Foto: Gessica Borges
“O objetivo foi o de alargar e aprofundar o debate sobre reparações históricas em Portugal, dialogando com outras geografias e nas suas múltiplas vertentes, nomeadamente pedidos de desculpa pelas atrocidades do colonialismo e pela prática da escravatura em larga escala, a implementação de políticas afirmativas (por exemplo, através de quotas étnico-raciais no acesso à universidade e aos lugares de decisão nas instituições), a revisão das narrativas históricas e, consequentemente, dos curricula (por exemplo, através da inclusão de narrativas, sujeitos históricos e artistas até agora excluídos da narrativa oficial), o perdão de dívidas odiosas e o pagamento de indemnizações, a devolução de objetos saqueados, a descolonização do espaço público (por exemplo, através da memorialização às vítimas da Escravatura e do desmantelamento de estátuas racistas) e a recuperação de biomas e paisagens, apoiando as comunidades dilaceradas pelo extractivismo e as monoculturas.”
A criação do objeto — uma combinação de performance artística e manifesto político — foi coletiva, com curadoria de Ana Cristina Pereira/Kitty Furtado (crítica cultural, investigadora, ativista portuguesa afrodescendente) e Inês Beleza Barreiros (historiadora da arte, guionista e ativista portuguesa).
Contou com os contributos de Aline Frazão (música, compositora e escritora angolana), Apolo de Carvalho (estudante na grande universidade da palavra, ensinada à sombra dos baóbas), Gessica Correia Borges (comunicadora, poeta e pesquisadora brasileira), Marta Lança (investigadora e editora portuguesa), Pirá/Ellen Lima Wassu (poeta e pesquisadora Wassu), Sara Henriques (criadora, atriz e marionetista portuguesa afrodescendente), Tomé Silva (produtor musical e artista sonoro português) e Vanessa Fernandes (artista e cineasta guineense), o desenho de Luz foi de Rui Pedro Rodrigues (artísta plástico e designer de luz) e a operação de luz de Luís Ternus (técnico de luz).
Também como resultado do encontro, foi criada a Declaração do Porto – Reparar o Irreparável.